Frequentemente, a imprensa nos traz ao conhecimento  eventos realizados por associações de juízes que são patrocinados por grandes empresas, e isso nos conduz a perguntar a razão pela qual essas empresas teriam se disposto a despender  considerável cifra de dinheiro, sim, muito dinheiro para custearem a estadia dos magistrados em resorts, normalmente localizados em locais bastante aprazíveis e nos quais não é comum se pensar em estudo ou em trabalho.

Não se pode nunca descartar a filantropia no ser humano, e o mesmo vale para as grandes empresas. É possível, pois, que elas queiram ver seu nome associado a eventos de estudos de magistrados, em que se está a buscar um aperfeiçoamento desses profissionais, o que, sem dúvida, atende ao interesse público.

Mas também não se pode excluir que exista ali, no patrocínio dessas grandes empresas, interesses outros que não precisamente o propiciarem o custeio de um local (os resorts) em que  os magistrados, descansando de seus afazeres, dediquem-se ao estudo de sua ciência, supondo-se que isso seja possível quando se está vendo o mar, aproveitando de lindas piscinas e de uma vista paradisíaca, como é comum existirem nesses resorts. Porque embora altruístas, são grandes empresas que, por serem grandes empresas, pensam acima de tudo em se manterem como tais em um mercado em que a concorrência é sempre um risco, existindo ainda outros problemas que desafiam essas grandes empresas, que assim podem encontrar no patrocínio a eventos reunindo juízes em geral uma forma de se aproximar deles e de incutirem em suas mentes quão legítimos são seus interesses (os dessas grandes empresas), conquanto se possa dizer o contrário por aí.

Tentou-se, mais de uma vez, proibir que entidades privadas patrocinem eventos de juízes, inclusive no âmbito do Conselho Nacional de Justiça, mas ao que se constata a iniciativa não foi à frente, como demonstra, aliás, o fato de alguns membros desse mesmo Conselho estarem agora a usufruir de um período de descanso, mas de intenso estudo em um resort na paradisíaca Praia do Forte, no Estado da Bahia. Entretanto, não devemos descartar a possibilidade de que estejam ali reunidos a debaterem exatamente essa matéria, a de se investigar se, no campo da ciência,  não existiria incompatibilidade no fato de grandes empresas patrocinarem eventos de juízes, com a profunda análise do que diria a Moral sobre isso. Mas como o tema é muito complexo, devemos ter ainda outros eventos de juízes, realizados noutros resorts, para a exaustiva análise do tema.

 

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