“A vida se nos afigura então uma lanterna mágica a mostrar, nos diversos atos, a criancinha tornando-se adolescente, amadurecendo, curvando-se para a sepultura. E, sabendo contínuas as mudanças pelas quais, observados com grandes intervalos, tão diferentes se mostram esses seres, sentimos não termos, nós também, escapado à lei a cujos imperativos eles se transformaram tanto que sem deixarem de existir – justamente por não terem deixado de existir – já não possuem a menor semelhança com o que outrora foram.” (PROUST, O Tempo Redescoberto, Em Busca do Tempo Perdido).

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