Entende-se a preocupação do governador de São Paulo com o fato de hospitais e clínicas particulares terem sido autorizadas pelo governo federal a adquirirem e ministrarem vacinas para a “Covid”. Para o governador de São Paulo, isso somente poderia ocorrer depois que toda a população tivesse sido vacinada com a vacina adquirida pelo sistema único de saúde, como, por exemplo, a vacina produzida pelo instituto Butantã em parceria com um laboratório chinês.
Com a aquisição pelos hospitais e clínicas particulares de vários tipos de vacina, e como há entre essas vacinas uma expressiva diferença no grau de eficácia (a vacina da “PFIZER”, por exemplo, alcança uma eficácia superior a 95%), surgirão ações judiciais com o objetivo de obrigar o Poder Público, por exemplo o Estado de São Paulo, a adquirirem essas vacinas mais eficazes, as mesmas que estejam a ser comercializadas pela rede privada de saúde.
Nada mais justo, aliás, que as pessoas queiram ter acesso a melhor vacina em proteção à saúde. Como disse MONTAIGNE, “É coisa preciosa a saúde, e a única, em verdade, que merece que em sua procura empreguemos não apenas o tempo, o suor, a pena, os bens, mas até a própria vida; tanto mais que sem ela a vida acaba por tornar-se penosa e injusta”.