Ao tempo em que os jornais constituíam, no Brasil, uma fonte algo segura de acesso à informação, o leitor tinha a impressão de que havia uma só realidade, que era aquela que seu jornal lhe transmitia. O mundo parecia ser simples. Único. A expressão “fake news” ainda não havia surgido, precisamente porque o leitor não podia comparar. As redes sociais trouxeram-lhe essa valiosa ferramenta.
Agora, dispondo de várias fontes de informação na tela de seu aparelho celular, o leitor facilmente se dá conta de que há várias realidades, que se justapõem. Percebe então que os jornais se utilizam (como sempre se utilizaram) de um filtro para selecionar os fatos, noticiando aqueles que lhes interessam, para suprimir outros de acordo com uma linha editorial, baseada, por óbvio, em interesses, muitos deles inconfessáveis ao leitor. A realidade, quando lida por meio do jornal, surge enviesada.
Compare o leitor: veja as notícias que surgem, sem filtro, nos diversos canais de informação de que dispõe a “Internet”, e depois as compare com aquilo que seu jornal filtrou. Perceberá que o jornal escolheu determinados assuntos, que simplesmente silenciou sobre outros, criando uma realidade paralela.
Mas e o conceito de “fake news”, que a muitos parecia ser facilmente construído, onde pode ser encontrado?