Há profissões que nos surpreendem. Dentre elas a advocacia. Durante muito tempo, acreditava-se que os advogados, mesmo aqueles que haviam se tornado juristas, não ganhavam muito, ou não ganhavam quantias que se distanciavam daquilo que outros profissionais liberais recebiam, quando alcançavam certa projeção. Juristas – e havia poucos deles – cobravam preços justos por seus pareceres. Apenas alguns artistas e jogadores de futebol faziam contratos milionários. Mas tudo muda.
É não é que alguns poucos, pouquíssimos advogados conseguiram algo que nem mesmo aqueles consagrados juristas haviam conseguido. Fecham agora contratos milionários, em valores que nem mesmo artistas e jogadores de futebol conseguem obter em seus contratos. A imprensa vem de informar que um banco, ou melhor, um ex-banco contratara uma desconhecida advogada, firmando com ela um contrato que prevê a bagatela mensal de quase quatro milhões de reais, e como o contrato possui o prazo de três anos de vigência, a soma total que o ex-banco despenderia (se não tivesse quebrado) superaria cento e vinte e nove milhões de reais. Isso apenas a título de honorários advocatícios. Jamais um jurista brasileiro poderia imaginar que seu talento jurídico poderia render tanto.
Não há dúvida: estamos na era do empreendedorismo, e que chega, não digo à advocacia em geral, mas a alguns poucos, pouquíssimos advogados, que exatamente por não serem juristas (e aí está o segredo da coisa), é que podem cobrar mais por seus serviços. Isso é que é empreender …