O imortal, VIANNA MOOG, competente biógrafo de EÇA, escrevera, por encomenda da revista “Manchete”, um maravilhoso texto para ser publicado na seção “As Obras-Primas que poucos Leram”, uma seção que teve vida longa naquela revista, que ficou conhecida sobretudo pelas publicações relativas ao nosso Carnaval. VIANNA MOOG, embora recusando com certa veemência pudesse “Os Maias” estar ali, dado que se tratava de um romance bastante lido no Brasil, acabou por se render ao convite – e escreveu o texto, cuja leitura hoje podemos fazer por meio de uma coletânea enfeixada em um indispensável livro aos queirozianos e ecistas, cujo título é o mesmo que encimava a coluna na revista. A organização do livro é de HELOISA SEIXAS. (O artigo de VIANNA MOOG está no volume 1):
“A prosa do meu amigo Eça! Aquilo, não me cansarei de bradar, é música condensada; música e poesia, dança e geometria, pintura e escultura, poesia e arquitetura. Fluido, direto, translúcido, vitaminado, macio como berceuse, mas capaz também das ressonâncias do bronze, submisso a todos os gêneros – conto, epístola, romance, novela, artigo, conferência, crônica, ensaio -, nunca houve, em tempo algum, à disposição de um artista de gênio, mais poderoso instrumento de comunicação e de vida no espaço bidimensional do papel”.