Faleceu ontem, em Madrid, o filósofo, ENRIQUE LYNCH (1948-2020), argentino de nascimento e radicado desde 1976 em Madrid. Seu foco do interesse era o estudo das relações entre a Filosofia e a Literatura, tema que despertou seu interessou como pensador desde seu primeiro ensaio, “La lección de Sheherezade”, de 1987.
Nos últimos anos, vinha se dedicando à teoria da imagem, quase como um desenvolvimento do que havia escrito sobre a teoria da linguagem em Nietzsche. Era professor de Estética. Seu último livro “Ensayo sobre lo que no se ve”, publicado há uma semana, é o resultado desses estudos.
Não muito conhecido entre nós, embora presente com certa frequência em periódicos estrangeiros, LYNCH é um pensador moderno cuja leitura é indispensável para quem quer se aprofundar em conceitos fundamentais da Filosofia, como os da verdade e falsidade, além de trazer ao leitor um conhecimento seguro para que possa perceber a forma pela qual a Filosofia pode converter-se em Literatura. A respeito desse tema, como sugestão ao leitor, temos a obra “Identidad y/o Diferencia” escrita sob a forma de quatro ensaios. Na introdução, LYNCH disse:
“Nunca reclamei para mim a condição de filósofo, e, ao contrário, seria feliz se se admitisse que sou apenas um escritor. Se, depois da leitura destas páginas, esta modesta condição me for reconhecida pelo leitor, sentiria-me satisfeito com meu trabalho, e saberia que contribuí cabalmente com o espírito original da Cátedra Jorge Oteiza”.