Já se disse da Democracia em geral, e especialmente da nossa Democracia, que não se deve fiar de que ela terá vindo para ficar, tantos são os riscos a que está submetida. Quando se supõe que está garantida, ela então do nada pode desaparecer. Pode-se dizer o mesmo do nepotismo. Quando menos se espera, ele volta.
Houve um tempo em que essa palavra entre nós – nepotismo – era sinônimo de palavrão. Bastava ouvir seu nome para se saber que havia algum tipo de falcatrua. E como a voz de povo é a voz de Deus, proibiu-se o nepotismo em todas as esferas de governo. Nada de parentes. Até mesmo uma súmula, a súmula vinculante 13, do Supremo Tribunal Federal, proibiu o nepotismo. Mas o tempo anda.
E os parentes têm o poder de aparecerem quando menos se os espera. E eles surgem e ressurgem. Se há um fundo de verdade quando se diz que os parentes distantes são os melhores, e que quanto mais distantes, melhores, no caso do funcionalismo público brasileiro, isso não se aplica. Muitas autoridades os querem perto, e de preferência bem perto. Afinal, são uma família. E aquilo que era nepotismo, deixa de ser.
Já se disse que os parentes somente se encontram unidos em duas situações da vida: no falecimento e na herança. Acrescentemos: também nos cargos públicos.