Houve um tempo, não muito distante, em que os jornais eram o único dono da verdade – que eles criavam. Se o assunto não virava notícia, ele não existia. E sequer se podia cogitar que a notícia pudesse contar uma história diferente da verdade, pois que a única verdade era a dos jornais, ainda que entre eles houvesse alguma discrepância no contar o mesmo fato. E do leitor se esperava que ele fosse fiel a seu jornal, e que não lesse outro qualquer jornal, de maneira que a única verdade era aquela que ele havia lido no jornal de sua predileção. O mundo parecia mais uniforme, constante, mais seguro, especialmente para os donos dos jornais.
Mas eis que surgem as redes sociais, em que um mesmo fato é contado de maneira tão diferente uma da outra que o leitor pode mesmo desconfiar se é do mesmo fato que estão a falar. E, atônito, descobre o leitor que o mundo é plural, que a verdade depende de quem a conta, e que é plenamente possível que a verdade não exista, tantas são as interpretações. E aquela uniformidade se perdeu. Mas o leitor se achou …