O neto do poeta, o artista plástico mineiro, PEDRO GRAñA DRUMMOND, reuniu 25 poemas inéditos em livro e os fará inserir no livro que se chamará “Viola de Bolso: mais uma vez encordoada”, totalizando 91 poemas. Dentre os “novos” poemas, ou seja, aqueles inéditos em livro, destaca-se “Mata Atlântica”, em que DRUMMOND fala da câmera e da linguagem fotográfica, e da Mata Atlântica como seu referente. Essas são as estrofes iniciais desse poema:

“MATA ATLÂNTICA

A CÂMARA VIAJANTE

Que pode a câmara fotográfica?

Não pode nada.

Conta só o que viu.

Não pode mudar o que viu.

Não tem responsabilidade no que viu.

 

A câmara, entretanto, 

Ajuda a ver e rever, a multi-ver.

O real nu, triste, sujo. 

Desvenda, espalha, universaliza.

A imagem que ela captou e distribui.

Obriga a sentir.

A criticamente julgar, 

A querer bem ou a protestar,

A desejar mudança. 

(…)”.

A propósito, a obra completa de CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE está de volta à sua velha casa, a livraria JOSÉ OLYMPIO, que está agora sob a administração do grupo Record.

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