O escritor e bibliófilo argentino, ALBERTO MANGUEL, doou seu inestimável acervo de aproximadamente quarenta mil livros à cidade de Lisboa, onde se criará em breve um centro de estudos da história da leitura, cujo projeto já tem dois anos de vida.
Há, pois, segundo o jornal português, “Público”, uma preocupante indefinição quanto ao tempo que o projeto consumirá até que o centro passe efetivamente a existir, e quanto aos cofres públicos tocará para fazer realidade aquilo que foi pensado, combinado e firmado em um local mais que propício ao negócio: uma feira do livro.
Que demore o tempo que tenha que demorar, e que o Estado português invista o que tiver que investir, o relevante é que se terá ali em Lisboa uma das maiores bibliotecas do mundo, e isso não apenas em número de títulos, mas na qualidade do acervo que MANGUEL, com seu faro de grande ledor, formou a sua agora ex-biblioteca.
Lisboa terá assim a sua “Biblioteca de Babel” de que falou BORGES em um de seus mais conhecidos contos. Lembremos que MANGUEL era o garotinho que lia para BORGES e, curiosamente, ambos vieram a ser, obviamente que em momentos diversos, diretores da Biblioteca Nacional da Argentina.