Agora que o tema referente ao governo militar instaurado a partir de março de 1964 voltou à tona, com os áudios das reuniões realizadas entre 1970 e 1980 no Superior Tribunal Militar – STM, é o momento propício para sugerirmos ao leitor um livro pouco conhecido e raríssimamente citado entre os livros de historiadores brasileiros escritos acerca do governo militar, mas indispensável a quem queira conhecer os meandros daquele movimento muito mais político que militar.
Trata-se, pois, do livro escrito pelo jornalista, JOSÉ STACCHINI, com o título “Mobilização da Audácia”, publicado pela Companhia Editora Nacional em 1965, escrito nos primórdios do governo militar.
Nesse indispensável livro, o leitor encontrará pérolas, como a carta escrita em 12 de abril de 1964 por JÚLIO DE MESQUITA FILHO, diretor do então influente jornal “O Estado de São Paulo”, em que, dirigindo-se aos militares que haviam liderado o golpe impondo a renúncia a JOÃO GOULART, aconselhava-os a, por exemplo, não fecharem os tribunais do país, senão que seria suficiente que os membros que parecessem subversivos aos olhos do novo regime fossem substituídos, sugerindo também, mas em relação ao Poder Legislativo, que as casas legislativas não fossem fechadas, porque bastaria decretar-se um estado de sítio, com a suspensão das imunidades parlamentares.
Voltaremos a falar desse maravilhoso livro noutras postagens, tantas são as revelações que STACCHINI traz.