É sobre essa questão de filosofia prática que o escritor austríaco, STEFAN ZWEIG, falecido no Brasil durante o Carnaval de 1942, reflete em um breve ensaio de sete páginas, até agora guardado em relativo sigilo. (Uma edição do texto foi publicada em inglês em 1941), mas o original permaneceu arquivado na Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro durante setenta anos. Apenas agora o ensaio é publicado em português, conforme informa o jornal “O Globo”, edição de hoje. O título do livro é: “Os pescadores à margem do Sena”.

Utilizando uma espécie de alegoria, em que um grupo de pescadores está à margem do Sena, preocupados apenas com o resultado de sua pesca, enquanto no mesmo momento, em um local próximo ao Sena, o Rei Luís XVI estava a ser decapitado, ZWEIG analisa como em meio ao extraordinário da vida o cotidiano continua, com uma lei natural de sobrevivência do ser humano.

Tolerância, sentimento, empatia com o outro, são temas que a lucidez e perspicácia de ZWEIG (que se correspondia com FREUD) obrigam a que pensemos naquilo que constitui a nossa vida hoje, sobretudo diante do impacto das redes sociais, em que fenômenos extraordinários são mais fugazes do que eram na década de 1940.

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