“Pergunta: Como se chamas?
Resposta – Assalariado.
P. – Quem são os seus pais?
R. – O meu pai era assalariado, bem como o meu avô e o meu bisavô, mas os pais dos meus pais eram servos e escravos. A minha mãe chama-se Pobreza.
P. – De onde vens e para onde vais?
R.- Venho da pobreza e vou para a miséria passando pelo hospital, onde o meu corpo servirá de campo de experiências para os medicamentos novos e de tema de estudos aos médicos que tratam os privilegiados do capital.
P. – Onde nasceste?
R. – Numa mansarda, sob as cumeeiras de uma casa que o meu pai e os seus camaradas de trabalho tinham construído.
P. – Que religião é a sua?
R. – A religião do Capital.
P. – Que deveres te impõem a religião do Capital?
R. – Dois deveres principais: o dever de renúncia e o dever de trabalhar”.
(“A Religião do Capital”, PAUL LAFARGUE).