Como grande leitor, PROUST identificou quão volátil é a crítica, sobretudo a literária. O que hoje se considera um clássico, outrora era tido como uma obra medíocre. PROUST, ele próprio, experimentara essa variação de ânimo da crítica: de obra rejeitada pela Gallimard, “Em busca do tempo perdido” transformou-se em um clássico. Daí escrever PROUST:

(…) Sabia eu que não só entre as obras, na longa série dos séculos, mas também no seio de uma mesma obra, se diverte a crítica a mergulhar de novo na sombra o que era radiante há demasiado tempo, e em fazer sair da sombra o que parecia condenado à obscuridade definitiva. (…)”. (MARCEL PROUST, Em busca do tempo perdido, o Caminho de Guermantes).

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