De há muito tempo os filósofos e cientistas políticos têm identificado a presença de um peculiar fenômeno: governos marcadamente liberais, que, em sua essência, deveriam defender uma quase que completa abstenção do Estado, deixando o livre mercado operar com a máxima liberdade, têm esses governos adotado políticas de feição acentuadamente socialista, e isso se tornará, segundo alguns especialistas, o modelo de um governo reclamado por uma sociedade cada vez complexa e que em sua complexidade exige políticas governamentais mais alinhadas à posições defendidas pelo socialismo, e até mesmo pelo marxismo.

Vejamos o caso dos Estados Unidos: seu presidente, BIDEN, acaba de apresentar um projeto que consiste no seguinte: os contribuintes mais ricos do pais terão que pagar uma fatura fiscal duas vezes maior do que vinham pagando, uma taxa acrescida ao imposto de renda,  com o que o governo norte-americano espera arrecadar recursos que, somados a outras iniciativas, chegarão a 1,8 bilhões de dólares, destinados ao combate à pobreza e à desigualdade nos Estados Unidos.

Para um governo de um pais que constitui o modelo mais perfeito do liberalismo, essa proposta é bastante emblemática, e que confirma a tendência identificada pelos especialistas.

Aqui, temos uma constituição, a de 1988, que não adota um modelo liberal de estado, pelo menos não em seu sentido puro. Os direitos fundamentais previstos no artigo 5o. moldam o estado brasileiro a uma feição mais social, o que torna a tarefa do governo brasileiro mais facilitada se quiser lidar de modo adequado com as taxas de pobreza e desigualdade no Brasil, que são gigantescas e que reclamam  iniciativas como a ora adotada pelo governo norte-americano.

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