Tomemos em consideração o que ocorre agora na Argentina, que a propósito registrou nos últimos dias um número assustador de novos casos de “Covid”. O presidente da república argentina determinou sérias medidas de restrição, dentre as quais o fechamento de escolas. O prefeito de Buenos Aires, que é de partido da oposição, é radicalmente contra essas medidas, sobretudo quanto ao fechamento das escolas.

E, comparando com o Brasil, constataremos o mesmo quadro, mas ao contrário. O presidente da república é contra quaisquer medidas de restrição, enquanto o governador de São Paulo é favorável a essas medidas, e tal como na Argentina, estão em partidos opostos.

A que conclusão podemos chegar? Não é a economia que está a comandar as ações na pandemia, mas a política. Partidos políticos transportaram para o campo da saúde pública a luta de seus interesses, em lugar de cuidarem, como devem, da saúde pública.

E onde está a distopia? A palavra “distopia” vem do grego antigo e possui o sentido original de “algo que está deslocado de seu lugar de origem” Exatamente o que vivenciamos, nós e os argentinos, que estamos a assistir um embate entre políticos em um lugar totalmente inadequado, que é o lugar próprio da saúde pública.

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