AGRIPPINO GRIECO está hoje praticamente esquecido. Ninguém mais se lembra desse genial crítico literário, verdadeira referência de seu tempo. Falecido aos oitenta e quatro anos de idade, em agosto de 1973, GRIECO deixou maravilhosas páginas de crítica literária, dedicadas aos nossos grandes escritores, como a MACHADO DE ASSIS, por exemplo.

Em suas “Memórias”, o leitor vai encontrar trechos como este, em que GRIECO, lembrando-se de sua juventude, lembrava-se de EÇA e da leitura de  “Os Maias”:

Os Maias’ são obra-prima eterna. Ler esse romance redunda em deixar cair os braços desencorajadamente, tombando na inércia para tentativas de ficção semelhante em nosso idioma. A viagem a Cintra destina-se a florilégios da prosa universal.

Quem tiver pressa não tome desse livro para qualquer consulta, porque acabará tendo de relê-lo todo”. 

A recordação a GRIECO nos faz pensar sobre o que aconteceu com a nossa crítica literária, que depois de ANTÔNIO CÂNDIDO, falecido em 2017, pode-se dizer que não mais existe, ou não existe com um grau de qualidade que encontrávamos em GRIECO, em ALCEU AMOROSO LIMA e  um pouco mais recuado no tempo, em JOSÉ VERÍSSIMO.

Os jornais não mais se interessam em abrir espaço aos críticos literários; as revistas,  estas sequer se pode dizer que existam na atualidade. Bons tempos aqueles em que uma revista de Carnaval, como era conhecida a revista “Manchete”, abria várias páginas para a crítica literária, com CARPEAUX, MONTELLO, QUINTANA. Hoje, as redes sociais poderiam fazer esse papel, mas onde encontrar os críticos …

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