SEYMOUR HERSH é um dos principais repórteres norte-americanos, tendo atuado em grandes jornais, como o New York Times, e feito grandes reportagens, algumas das quais premiadas, como ocorreu em 1970, quando ganhou o disputadíssimo prêmio “Pulitzer” por uma reportagem que fizera sobre a guerra do Vietnam.

Entrevistado pelo jornal “Público”, de Portugal, HERSH afirma que o governo TRUMP  deu uma “folga” à imprensa escrita, adiando a sua morte. É que foram tantas as tolices que TRUMP fizera à frente da Casa Branca, que o público se interessou por saber de temas como racismo, por exemplo. Assim é que os jornais, na era “Trump”, ganharam novos leitores, mas o que infelizmente, segundo HERSH, desaparecerá em breve com o governo BIDEN, porque as tolices governamentais não mais ocorrerão, não ao menos no grau absoluto em que sucedeu com TRUMP.

HERSH, na última resposta dessa entrevista, referiu-se a nosso presidente da república. Confiram o que ele disse quando perguntado se a democracia não estaria sob ameaça, porque líderes como BOLSONARO e TRUMP a atacam constantemente:

Isso é mais extremista do que o normal. O Presidente do Brasil é extremamente radical. [Os brasileiros] Vão sobreviver, se o próximo (Presidente) não for tão fanático. Aqui [nos EUA] é a mesma coisa. Estamos num mundo completamente diferente agora [com Biden]. O autoritarismo estava em crescimento no mundo, os ataques à imprensa funcionaram, com certeza, durante um certo tempo, mas não pode ficar pior. A perspectiva tem de ser otimista, porque todos podem ver agora o que não podiam ver há 30, 40, 50 anos. Não estou preocupado com isso. Só vai ser diferente, e o fato de eu não gostar significa apenas que sou da idade das trevas. Nada mais que isso”. 

Vale registrar que, ao contrário do que ocorreu nos Estados Unidos, a nossa imprensa escrita, durante o governo Bolsonaro, não viu  aumentar a sua circulação diária, e é muito provável que isso não venha a ocorrer. É possível arriscar uma importante causa para esse fenômeno: as redes sociais no Brasil, antes do governo Bolsonaro, já haviam aqui conquistado um espaço tão grande no compartilhamento de notícias que os jornais não mais podem recuperar o terreno perdido, mesmo diante do grande interesse das pessoas pela política.

 

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