Em crônica escrita em 24 de outubro de 1864 e publicada no Diário do Rio de Janeiro, MACHADO DE ASSIS, com mão de mestre, discorreu sobre a democracia (a nossa democracia de então – e quiçá a de hoje):

(…) É uma santa coisa a democracia, – não a democracia que faz viver os espertos, a democracia do papel e da palavra, mas a democracia praticada honestamente, regularmente, sinceramente. Quando ela deixa de ser sentimento para ser simplesmente forma, quando deixa de ser ideia para ser simplesmente feitio, nunca será democracia, – será esperto-cracia, que é sempre o governo de todos os feitios e de todas as formas. (…). A democracia, sinceramente praticada, – tem os seus Gracos e os seus Flanklins; quando degenera em outra coisa tem os seus Quixotes e os seus Panças. Quixotes no sentido da bravata. Panças no sentido do grotesco”. 

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