É PROUST, como sempre, que nos ensina o que devemos considerar se querermos identificar o grande autor, distinguindo-o daquele que é apenas uma cópia de seu estilo:
“É o que se dá com todos os grandes escritores: a beleza de suas frases é imprevisível (…)”. A verdadeira variedade está nessa plenitude de elementos reais e imprevistos, do ramo carregado de flores azuis surgindo, contra toda expectativa, da sebe primaveril, que parece incapaz de suportar mais flores; ao passo que a imitação puramente formal da variedade (e o mesmo se poderia argumentar quanto às outras qualidades do estilo) não passa de vazio e uniformidade, isto é, o contrário da variedade, e se com isso conseguem os imitadores provocar a ilusão e lembrança da verdadeira variedade é tão-somente para as pessoas que não a souberam compreender nas obras-primas”. (PROUST, À sombra das raparigas em flor).