Começa hoje, no Senado dos Estados Unidos, o procedimento que envolve a homologação da indicação da juíza, AMY CONEY BARRET, ao cargo de juíza da Suprema Corte. Começa hoje, portanto,  a inquirição da candidata.

A imprensa daquele país, exercendo seu papel, tenta esmiuçar e detalhar o perfil da indicada, historiando sua vida e posições sobre a vida, sobre a política, e sobre o Direito. Esse trabalho já rendeu importantes informações, em especial aquela que vincula BARRET a uma seita cristã, em que o dogma principal é a manifesta subordinação hierárquica das mulheres aos homens. A candidata não tem negado ter pertencido ao grupo religioso, mas alega que a sua adesão decorreu de uma tradição familiar, e que de qualquer modo não compartilha do dogma da subordinação, ou não mais compartilha dele.

Certamente, esse tema será muito questionado na inquirição à candidata.

Façamos um paralelo com o Brasil e o que tem acontecido com a indicação de um novo ministro ao STF.

A nossa imprensa, timidamente,  tem coletado dados acerca da vida acadêmica do indicado (e, aliás, encontrou sérias inconsistências), mas ainda não aprofundou outros temas, como aqueles que devem buscar refletir a visão do indicado quanto a importantes assuntos como o papel da política no Direito, o Direito na política, além de outros temas que podem constituir motivo para questões na sabatina, a ocorrer muito em breve no Senado federal.

A trajetória do indicado, que como advogado foi indicado ao cargo de desembargador (pela regra do “quinto constitucional”), e como foram as suas decisões em campos sensíveis, também ainda não foram explorados  pela imprensa, cujo papel é trazer à sociedade informações indispensáveis sobre alguém que integrará o nosso STF. Esperemos que a imprensa cumpra esse papel.

 

 

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