Em 1944, a editora Dois Mundos, sediada em Lisboa, convidara a nossa escritora e biógrafa, LÚCIA MIGUEL PEREIRA, para organizar o livro dedicado ao centenário de nascimento do genial EÇA DE QUEIROZ. Não podia ter sido melhor a escolha, porque LÚCIA tinha a experiência de ser uma autorizada biógrafa de MACHADO DE ASSIS, e conhecia como poucos as obras e a vida do autor de “O Crime do Padre Amaro”.
Em junho de 1945, ao escrever o prefácio da obra que viria a ter o título “Livro do Centenário de Eça de Queiroz”, profetizara LÚCIA, pensando no momento em que sucederia o centenário de morte de EÇA, em 2000:
“Hoje vivemos sob o signo da política e dos prementes problemas sociais; por isso, buscamos no Eça sobretudo o modo por que encarou a sociedade do seu tempo. Que acharão nele os que lhe celebrarem o centenário da morte? De que será então apreciado, e apreciado sob outro ângulo, não resta dúvida. No ano de 2000 ele ainda saberá obrigar a pensar, a rir e a comover o leitor”.
O centenário da morte de EÇA ocorreu em 2000, e a profecia de LUCIA MIGUEL PEREIRA estava certa, como ainda hoje está, pois que o genial escritor português, escrevendo sobre o seu tempo, escreveu sobre a essência do ser humano, e esta é sempre a mesma. Por isso EÇA anda nos obriga a pensar, a rir, comovendo a todos nós, seus leitores.
