Em seu Diário de um Escritor, DOSTOIEVSKI, em 1873, nomeado diretor de um jornal (“O Cidadão”), pensando a respeito do acontecido,  tocou-lhe desenvolver uma reflexão sobre o que custava parecer (ou ser) inteligente na Rússia de então. Essa reflexão pode ser aplicada hoje, no Brasil, inclusive no Poder Judiciário:

Agora temos em casa, pelo menos hoje, um princípio inteiramente chinês: aqui também é preferível não ser demasiadamente inteligente. Por exemplo, antigamente em nosso país a frase ‘não compreendo nada’ fazia supor ser néscio aquele que a empregava. Hoje em dia honra grandemente a quem a emprega. Basta pronunciar estas três palavras  com um tom seguro, até mesmo altivo. Certo senhor as dirá orgulhosamente: ‘Não compreendo nada de religião, nada da Rússia, nada de Arte’, e o logo o colocarão sobre um pedestal”.  

No Brasil, basta alguém dizer: “Não compreendo nada de “Direito”, e as chances para ser nomeado aumentam consideravelmente. O Poder quer saber com quem lidará.

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