“(…) – As primeiras leis nos foram reveladas pela Infinita Sapiência. Uma lei é tanto mais perfeita quanto mais próxima esteja dessa fonte original.

– Não vedes que se fazem novas a cada dia que passa, e que os Códigos e as Constituições são diferentes segundo o tempo e o lugar?

– As novas leis nascem das antigas. São rebentos novos de uma mesma árvore, que a mesma seiva alimenta.

– A velha árvore das leis destila um suco amargo. Incessantemente ela é ferida pelos golpes do machado.

– Ao juiz não toca indagar se as leis são justas, pois que elas necessariamente o são. Compete-lhe tão somente cumpri-las com justeza.

– Compete-nos inquirir se a lei de que fazemos uso é justa ou se é injusta, pois se a reconhecemos injusta, ser-nos-á sempre possível incutir-lhe as nossas idiossincrasias quando as aplicamos consoante a nossa obrigação.

– A crítica das leis é incompatível com o respeito que nós lhes devemos.

– Se não lhes atentarmos os rigores, como nos será possível atenuá-los?

– Somos juízes não somos legisladores, nem filósofos.

– Somos homens”. (…). (ANATOLE FRANCE, Os Íntegros Juízes, in A Justiça dos Homens, editora Difel).

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