Lê-se em “Os Demônios”, de DOSTOIEVSKI, a seguinte passagem, em que ele descreve um dos principais personagens do romance, Stiepan Trofímovitch, “um homem de ciência”:

(…) era um dos homens mais inteligentes e dos mais dotados, e até mesmo, sob certos aspectos, um homem de ciência, se bem que a respeito de ciência … não haja produzido grande coisa. Parece mesmo que não produziu coisa nenhuma. Mas na Rússia é este caso frequente entre os homens de ciência”.

 

Essa passagem do genial DOSTOIEVSKI me levou a pensar sobre a frequência com que no Brasil se denominam e se autodenominam “juristas”, aqueles que, a respeito da ciência do Direito, não produziram grande coisa, ou mesmo coisa nenhuma. Assim como na Rússia da época de Dostoievski, no Brasil de hoje esse caso é frequente. Basta, com efeito, percorrer os jornais e por vezes  o leitor encontrarará uma manchete ou uma chamada de entrevista com algum “jurista”, expondo a sua “ciência” sobre algum tema do dia. Faltou advertir ao leitor que o “jurista” em questão jamais produziu coisa a que se pudesse chamar de “ciência”.

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