“As famílias pobres achavam-se, pois, em situação muito penosa, enquanto às riscas não faltava quase nada. Exercendo o seu ministério com imparcialidade eficaz, a peste deveria reforçar a igualdade entre os nossos concidadãos, pelo jogo normal dos egoísmos. Dava-se o contrário: ela tornava-se mais agudo no coração dos homens o sentimento da injustiça. Restava enfim a igualdade fatal da morte, mas esta era indesejável. (…). Como não podiam alimentar-se bem, supunham, aliás, inconsideradamente, que deviam ter o direito de sair. Afinal surgia um refrão que se lia às  vezes nos muros, outras vezes era gritado à passagem do prefeito: – ‘Pão ou liberdade’. Essa fórmula irônica originava certas manifestações logo reprimidas, mas de caráter grave, que todos percebiam”. 

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