O hoje esquecido escritor brasileiro, ELISIO DE CARVALHO, respondendo ao “inquérito literário” que lhe submeteu JOÃO DO RIO, disse algo cuja atualidade nos deve levar a pensar acerca de nossa realidade social, tão parecida com aquela identificada em 1905 por ELÍSIO. Constatemos:

O problema social, sob suas formas várias e seus múltiplos aspectos, ocupa incontestavelmente um lugar preponderante na vida atual e preocupa profundamente a todos os espíritos, pesa sobre tudo e sobre todos. Tudo nos impele a estudar o grave problema, proveniente deste vergonhoso antagonismo sobre que repousa o regime burguês, para que, constando as causas que engendram a dor universal, que não reside somente no sofrimento, na miséria física, mas sim na ausência de liberdade, determinemos o remédio eficaz para completa extinção do mal imperante e avassalador. Assim, o mal-estar e o desespero, a fome e a miséria, de que padecem as classes trabalhadoras, fruto da opulência dos parasitas e da ignorância das massas, o espetáculo deprimente da dor e da injustiça humana, que despertam em todos os corações bem formados o desejo de ver estabelecidos entre os homens os princípios de equidade e de justiça (…)”. (in O Momento Literário, João do Rio, org. Silvia Maria Azevedo e Tania Regina de Luca).

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