“Eu observo-me, como o faço em relação a um estranho; nestes cinco pés e duas polegadas de alto encerro todas as incoerências, todos os contrastes possíveis, e aqueles que me julgarem vão, pródigo, cabeçudo, frívolo, sem persistência nas ideias, fátuo, negligente, preguiçoso, calaceiro, sem reflexão, sem constância alguma, falador, sem tato, grosseiro, malcriado, rabugento, de humor desigual, têm todos tanto razão como aqueles que poderiam dizer que eu sou econômico, modesto, corajoso, tenaz, enérgico, despretensioso, trabalhador, constante, taciturno, com perspicácia, delicado, sempre alegre; aquele que disser que eu sou poltrão não errará mais do que se me proclamar extremamente bravo, finalmente sábio ou ignorante, cheio de talento ou inepto; nada me espanta em mim. Acabo por acreditar, que eu não sou mais do que um instrumento que as circunstâncias desferem (…). (BALZAC em carta datada de 1828).

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