Dirigindo-se por meio de carta aos futuros padres, o Papa Francisco os exortou a estimularem o gosto pela leitura de autores clássicos:
“Eu, por exemplo, adoro artistas trágicos, porque todos podemos sentir suas obras como nossas, como expressão de nossos próprios dramas. Chorando pelo destino dos personagens, choramos no fundo por nós mesmos e pelo nosso próprio vazio, nossas próprias deficiências e nossa própria solidão”, escreveu o Papa.
Deu-se conta o Papa Francisco de quão deficiente é a formação de um padre, quando não se lhe permite o acesso a importantes obras da Literatura, como Marcel Proust e Jorge Luis Borges, autores que, aliás, menciona na carta.
O Papa Francisco constatou algo de que a Igreja Católica olvidou até agora, de que o conhecimento da alma humana passa necessariamente pela leitura dos clássicos, cujas obras nos permite incorporar como nossa uma experiência que esses geniais autores tiveram, o que evidentemente facilita nosso aprendizado. E se está a falar de alma humana, nada melhor que preparar os padres, incentivando-os à leitura desses autores.
Será o primeiro passo para que a Igreja Católica possa superar a fase dos “padres-cantores”, transformando-os em “padres-leitores”, os quais certamente não dispensarão a música de sua formação (a música clássica, evidentemente), como também não dispensarão a leitura aos grandes autores como PROUST, com quem poderão aprender a conhecer o ser humano mais profundamente, bastando que os padres, os velhos e novos padres, leiam “Em Busca do Tempo Perdido”.
Quem sabe se, em um futuro próximo, a missa não terá se transformado em um ambiente em que se poderá pensar sobre a boa Literatura e como nossa vida pode melhorar com ela, tanto quanto faz a própria Religião.