Há alguns anos se alguém afirmasse que o nosso Direito seria estudado no estrangeiro, certamente diríamos que se trataria apenas de uma ilusão. Mas a realidade mostrou que tudo é possível, até mesmo isso.
Não é que está a ocorrer na velha Londres um congresso que reúne importantes juristas brasileiros, que estão ali reunidos para discutirem “ideias jurídicas”? O nome do evento, aliás, é algo pomposo: “1o. Fórum Jurídico Brasil de Ideias”, organizado por uma cientista política e que ver a ser também a presidenta de um grupo denominado “Voto”, que, na “Internet”, sabe-se que é uma empresa particular de organização de eventos de variegada natureza.
Não se pode saber pelo título dado a esse emérito evento que ideias jurídicas estejam a ali a ser pensadas e discutidas, e talvez fosse mesmo o caso de nos socorrermos do lendário personagem Sherlock Holmes, criado por Arthur Conan Doyle, já que estamos em terras londrinas, para descobrir esse mistério. Mas de qualquer modo é alvissareiro saber que se está ali a discutir ideias, e isso já é um primeiro passo para que se as possa ter, na remota hipótese de que não se as tivesse antes do evento. Toda ideia é bem vinda, e o mundo jurídico vive basicamente de ideias, conquanto algumas não necessariamente boas.
Mas, por amor à verdade, devemos lamentar que, conquanto a realização desse maravilhoso evento, não é por ele que o nosso Direito chegou além-mar, porque o evento é todo nosso, bem brasileiro.
