Supõem as pessoas em geral que a contrafação, ou seja, a simulação, o atribuir a alguém o que, em verdade, não se falou, que a contrafação, pois, tenha nascido com as redes sociais e esteja agora a aprimorar-se com a inteligência artificial. Não é bem assim.

O jornal “Público”, de Portugal, edição de hoje, publica artigo de JOÃO LUIS LISBOA, em que o  professor da Universidade Nova de Lisboa recorda o caso envolvendo o consagrado escritor brasileiro, GRACILIANO RAMOS, acerca de seu livro “Viagem”, em que retrata as suas experiências e sensações de viagem por ele realizada em 1952 a Checoslováquia e União Soviética.

Em Lisboa, quando ali GRACIALIANO RAMOS desembarcou,  foi instado por jornalistas a dar entrevista sobre a razão da viagem, mas recusou a todos os pedidos, o que, contudo, não impediu que um jornalista, MARQUES GASTÃO, do Diário de Lisboa, inventasse a entrevista, fazendo atribuir a GRACILIANO graves afirmações, como se o grande escritor tivesse dito sobre seu pessimismo com a literatura brasileira, em especial com ÉRICO VERÍSSIMO, além de ter afirmado que, com HITLER, MUSSOLINI e STALIN, os grandes autores não teriam podido escrever.

GRACILIANO, ao tomar conhecimento da falsa entrevista, tratou de negar todas as declarações que haviam aparecido no texto do jornal, depois reproduzidas em livro. A contrafação, como se vê, é tão antiga quanto a própria escrita. O que mudou foi apenas o meio: antes os jornais, agora as redes sociais e a inteligência artificial.

 

 

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