A política renova-se aqui e acolá, há gente nova, uma nova elite política querendo ocupar posições, e o mundo parece transformar-se. Entretanto, continua o mesmo.
Famílias de políticos geram novos políticos, cuja primeiro desafio está em provar aos eleitores que são novos, que pensam diferente, malgrado pertençam à mesma família que está de há muito no poder. É a mais viva confirmação do fenômeno descrito por MARX, quando fala da necessidade que o poder tem de reproduzir incessantemente a si mesmo, sem o que ele, o poder, desaparece, ou melhor, muda de mãos. E não são apenas as famílias políticas que se deram conta disso: as famílias jurídicas também.
Agora mesmo vemos como isso se repete: há uma vaga de ministro em um tribunal superior em Brasília, e se aguarda há mais de seis meses pela indicação do nome, que deve sair dentre as famílias jurídicas, em que o grau de parentesco ocupa posição de primazia, não havendo quem se lembre de perguntar pelo notório conhecimento jurídico.