Se o genial poeta DRUMMOND deparou-se em sua vida com uma pedra (“No meio do caminho tinha uma pedra / tinha uma pedra no meio do caminho / tinha uma pedra / no meio do caminho tinha uma pedra.”), os cientistas políticos e filósofos têm agora a sua, mas não propriamente uma pedra, mas um trator. Expliquemos.
Os jornais de hoje informam que, enquanto o orçamento para o Ministério da Educação foi reduzido em cerca de quatro bilhões de reais, aquilo que será destinado à compra de tratores aumentou em 79%, se comparado com o orçamento anterior. Ou seja, entre prestigiar a educação e suas ideias, fiquemos com a pedra, ou melhor, com o trator, e será ele a partir de agora o importante critério pelo qual os cientistas políticos e filósofos podem classificar um governo como de esquerda ou de direita, ou quem sabe, para estabelecer como tese de que um governo que é tão liberal com os tratores, mas não tanto com a educação, os professores e os alunos, não possa mais ser classificado de maneira tão simplista como de esquerda ou de direita. Quanto mais tratores, mais ao centro ele está.