Note o leitor o que disse SARAMAGO em 1989, em entrevista para a revista portuguesa, “Ler”: “Aquilo que talvez distinga meus livros é o fato de que parece que vejo as coisas pela primeira vez e, assim, poder transmitir a surpresa do que se há visto pela primeira vez”. 

Comparemos, então,  com o que escreveu FERNANDO PESSOA em “Visto por Álvaro de Campos”, recordando o mestre CAEIRO: “Toda a coisa que vemos, devemos vê-la sempre pela primeira vez, porque realmente é a primeira vez que a vemos”. 

Talvez a Bíblia não tenha razão quando, em Eclesiastes, afirma-se que não há nada novo debaixo do Sol. As coisas são sempre novas, porque as vemos sempre pela primeira vez – por uma forma que é somente a nossa.

 

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