Que classe mais curiosa essa dos economistas liberais. Senão vejamos.
Defendem um Estado que não interfira na economia, mas querem um Estado que invista no bem-estar social;
Defendem um Estado que não interfira na vida das empresas, mas querem um Estado que as beneficie com incentivos fiscais;
Defendem um Estado que contenha os gastos, mas querem um Estado que crie empregos;
Defendem um Estado que elabore uma reforma tributária que faça diminuir os tributos, mas querem que o Estado banque a saúde pública, sobretudo depois do que se viu com a pandemia;
Defendem um Estado que regule o menos possível no campo da Legislação, mas querem um Estado que tenha leis penais abrangentes e tão rígidas, de modo que nenhum criminoso (pobre) possa delas escapar.
Em uma sociedade pós-moderna como a nossa, em que os interesses estão a colidir o tempo todo, tão variados são esses interesses, o Estado não deve ser maior ou menor, mas deve ter o tamanho adequado para que possa agir eficazmente, ponderando esses interesses e decidindo quais os que devam prevalecer. A Economia determina o tamanho do Estado, mas ela não detém mais a exclusividade desse poder, pois que o compartilha com a Sociedade e com o Direito, cada qual impondo seus limites. O Estado é o resultado desses limites.