As novas gerações não conhecem SÉRGIO PORTO, o cronista carioca falecido em 1968 e que se notabilizara escrevendo deliciosas crônicas, nas quais registrava, com seu fino humor, aquilo de insólito com o que se deparava em suas habituais andanças (quase sempre noturnas) pela cidade do Rio de Janeiro, ou então pela leitura dos jornais, que estes também lhe municiavam o suficiente para ir compondo, com vagar, as histórias que viriam a formar o seu “FEBEAPÁ – Festival de Besteiras que Assola o País”, que, aliás, tivera três edições, tão grande o material que ele pudera recolher.

Mas o fato é que, a despeito da morte de SÉRGIO PORTO em 1968, o Brasil não cansa de produzir essas insólitas histórias, e o que é falta é alguém que pudesse prosseguir com o “FEABAPÁ”. Pontualmente, encarrego-me de o fazer, registrando mais uma incrível história, dessas inúmeras histórias que o nosso país prima por produzir.

Um juiz de um tribunal (dirão os entendidos em coisas da Justiça, “um desembargador”), sim, um desembargador foi definitivamente condenado pela prática de violência doméstica contra a sua mãezinha, uma senhora de oitenta anos, e também contra a irmã, a irmã do desembargador, está claro, recebendo a dura pena de prestar serviços à comunidade por um ano, não se sabendo ainda ao certo que serviços poderá prestar, talvez os de orientação familiar.

Dirão alguns que o insólito dessa história esta aí, já contado. Não, curioso leitor. O insólito vem agora: esse desembargador foi autorizado a reassumir suas funções na corte de justiça, e o fará atuando em câmara que lida com assuntos de família, o que a princípio poderá soar estranho, mas não se pode negar a experiência que o magistrado tem com as famílias, e mais propriamente com as famílias infelizes. Sua experiência é ouro …

DEIXE UMA RESPOSTA

Please enter your comment!
Please enter your name here