Há uma diferença fundamental entre o Brasil e os Estados Unidos quando surge a ocasião para a indicação de um novo ministro à Suprema Corte. Lá a preocupação não é individual, senão que coletiva, porque a divisão histórica entre ministros conservadores e liberais pode mudar a cada indicação de um novo juiz, e o resultado do julgamento coletivo será em favor de um ou outro desses grupos.
Aqui a preocupação é distinta. No Brasil, a preocupação é individual, porque a nossa Suprema Corte julga cada vez mais de maneira monocrática, o que explica o peso da decisão individual do ministro.
Há, portanto, uma diferença fundamental, porque nos Estados Unidos a importância individual de cada juiz (como lá se chamam os integrantes da Suprema Corte) é relativizada na medida em que os julgamentos são sempre coletivos. Aqui, a importância é individual, e é exatamente por isso a preocupação do governo com o perfil do indicado.
Se a nossa Suprema Corte nasceu inspirada no modelo da Suprema Corte dos Estados Unidos, não há dúvida de como o tempo acentuadamente as separou.