Com o objetivo de facilitar, em certa medida, o trabalho de seu futuro leitor, PROUST vez por outra revelava não propriamente a técnica de que se utilizava, senão que a finalidade para a qual escrevia “Em Busca do Tempo Perdido”, como neste trecho, colocado quase ao final do livro:

Enfim, a noção do tempo trazia-me uma última vantagem, era um aguilhão,  convencia-me da urgência de começar, se quisesse captar o que algumas vezes, no curso da existência, eu sentira em fugazes e fulgurantes intuições, no caminho de Guermantes, nos passeios de carro com a Sra. de Villeparisis, e me fizera julgar a vida digna de ser vivida. Assim a considerava, agora mais do que nunca, pois parecia-me possível iluminá-la, ela que passamos nas trevas, fazê-la voltar à verdade original, ela que continuamente falseamos, em suma realizá-la em um livro. (…)”. (PROUST, O Tempo Redescoberto, Em Busca do Tempo Perdido).

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