“E, mais do que o pintor, a quem é necessário ver muitas igrejas para pintar uma, o escritor, se quiser alcançar o volume, a consistência, a generalidade, a realidade literária, precisa de vários seres para um só sentimento, porque se a arte é longa e breve a vida, pode-se também dizer, ao contrário, que, se é curta a inspiração, muito mais longos não são os sentimentos a exprimir. São nossas paixões que esboçam os livros, os intervalos de trégua que os escrevem”. (PROUST, O Tempo Redescoberto, Em Busca do Tempo Perdido).