Era comum, na sociedade francesa de então, as pessoas se submeterem a um “jogo da verdade”, uma espécie de passatempo sob a forma de um questionário, respondendo a perguntas bastante variadas e algo genéricas. PROUST, em duas ocasiões, tivera ocasião de revelar um pouco de sua personalidade, embora ainda em construção.
PROUST respondera a esses questionários quanto tinha treze e vinte anos de idade. Vejamos algumas respostas por ele fornecidas.
“Qual é o seu ideal de felicidade terrena?
“Viver perto de todos aqueles a quem amo, com os encantos da natureza, muitos livros e instrumentos musicais, e, não muito longe, um teatro francês”. PROUST tinha à ocasião treze anos de idade. Comparemos com a resposta que ele deu à essa mesma pergunta, quando tinha vinte anos de idade:
“Temo que ele não seja suficientemente alto e temo destruí-lo ao descrevê-lo”.
“Qual é a sua ocupação favorita?
“Ler; sonhar acordado; a poesia”. (resposta aos treze anos).
“Amar” (resposta aos vinte anos).
“Para com que erros você é mais indulgente?
“Para com a vida privada dos gênios”. (resposta aos treze anos).
“Para com aqueles que eu entendo”. (resposta aos vinte anos).
“Qual é o seu atual estado de espírito?”.
“Aborrecimento por ter de pensar em mim mesmo e responder a todas essas perguntas”, escreveu PROUST aos vinte anos.