Há quem afirme que a era dos grandes repórteres terá chegado ao fim, junto com a dos jornais e das revistas, em um fenômeno de variegadas causas, em que a chegada das redes sociais não será a causa de menor importância. De fato, talvez não tenhamos mais repórteres como o cearense, JOSÉ CARLOS BARDAWIL, que fez parte de  importantes jornais brasileiros como “O Globo” e de revistas nacionais como “Veja” e “Isto é”, destacando-se sempre na cobertura política.

Sua “autobiografia” é contada por LUCIANO SUASSUNA no livro  “O Repórter e o Poder”, publicado em 1999, em que BARDAWIL conta interessantes histórias envolvendo  eminentes figuras do poder durante a ditatura militar (como o senador, PETRÔNIO PORTELLA), sem deixar de se referir, com detalhes, a jornalistas que fizeram fama, alguns dos quais ainda hoje se mantêm com certo destaque em nossa mídia.

O livro é do estilo perguntas-respostas, que, aliás, foi a ideia que BARDAWIL havia dado à direção da revista “Veja” e que, acolhida, transformou-se nas famosas “páginas amarelas”, em que o mesmo estilo de entrevista é adotado. A propósito,  BARDAWIL afirma que a ideia foi sua, menos a da cor das páginas, cor, por sinal, que foi escolhida por mera causalidade, por haver sobra de papel amarelo nas gráficas da “Veja”.

Àqueles leitores que querem conhecer melhor o Brasil –  o Brasil que saí dos jornais -, e e como são as relações entre a imprensa e o poder, terão na incisivas e translúcidas respostas do grande repórter BARDAWIL uma rica fonte de conhecimento.

BARDAWIL faleceu em janeiro de 1997, aos 55 anos, vítima de câncer na medula.

 

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