Na edição de hoje, do jornal espanhol “El País”, MARIO VARGAS LLOSA escreve sobre GUSTAVE FLAUBERT, a quem reconhece ter sido o criador da técnica do romance moderno: uma técnica que se caracteriza pela possibilidade de o narrador tornar-se um personagem, sobretudo quando sua ausência produz significado na estrutura do romance, e sem ela, esse significado não estaria ali, perceptível ao leitor.

Essa foi a técnica que FLAUBERT inventou: a de transformar o narrador em um “Deus” onisciente, que tudo sabe, que de tudo participa, mas é e deve ser invisível.

Diz MARIO VARGAS LLOSA, concluindo esse ensaio:

“Decorreram duzentos anos, e a maneira de escrever romances que [FLAUBERT] inventou mantém-se sempre viva e jovem. Tenho a sensação de que nos duzentos anos que virão, sua maneira de escrever seguirá operando em sua eterna juventude”.

Em tempo: para quem quiser aprofundar-se no conhecimento da vida, do pensamento e da forma de escrita de FLAUBERT, encontrará em SARTRE uma fonte segura. Basta percorrer os três volumes de “O Idiota da Família”, lançado em 1972 e com tradução para o português.

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