Noticia o jornal “Público”, de Portugal, edição de hoje, o centenário de lançamento da mais influente revista portuguesa, “Seara Nova”, cujo primeiro volume surgiu em 15 de outubro de 1921, reunindo em seu corpo editorial escritores e biógrafos como RAUL BRANDÃO e AQUILINO RIBEIRO, este biógrafo de importantes nomes da literatura portuguesa, como EÇA DE QUEIROZ, CAMILO CASTELO BRANCO e JÚLIO DINIZ.

Coube à centenária revista “Seara Nova” a publicação de artigos e ensaios que tinham por objetivo a defesa de uma sociedade justa e plural, como escrevia RAUL PROENÇA no primeiro editorial: “A Seara Nova representa o esforço de alguns intelectuais, alheados dos partidos políticos mas não da vida política, para que se erga, acima do miserável circo onde se debatem os interesses inconfessáveis das clientelas e das oligarquias plutocráticas, uma atmosfera mais pura em que se faça ouvir o protesto das mais altivas consciências, e em que se formulem e imponham, por uma propaganda larga e profunda, as reformas necessárias à vida nacional”.

Era a época das grandes revistas e de influentes intelectuais cuja expressão encontrava eco em revistas como a “Seara Nova”. Hoje, não temos nem as revistas, nem intelectuais da estatura de um RAUL BRANDÃO, cujas memórias e cujos livros, como “O Pobre de Pedir”, andam esquecidos. E o fato é que as redes sociais não conseguiram até agora ocupar o espaço deixado por aquelas revistas.

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