Faleceu no Porto, em Portugal, o poeta-filósofo (ou o filosófo-poeta), FERNANDO ECHEVARRÍA, cujo livro de estreia, “Entre Dois Anjos”, publicado em 1956, permitia lobrigar que se tratava de uma poesia fortemente marcada pela Filosofia, como viria a se  confirmar ao longo de sua trajetória, especialmente a partir da década de oitenta, quando publicou livros de poesias com emblemáticos títulos, como  “Introdução à Filosofia” e “Fenomenologia”, que muitos leitores desavisados supunham se tratasse de manuais de Filosofia, quando se tratava da arte poética mais abstrata possível.

Em “Introdução à Filosofia”, um de seus livros mais conhecidos, lê-se um poema que poderíamos associar a ideia de “aperçu” de que trata o filósofo francês, GEORGES DIDI-HUBERMAN em sua obra “Imagens-Ocasiões”, publicada no Brasil pela Fotô editorial. Confira-se na poesia do poeta FERNANDO ECHEVARRÍA:

Chamam de tristeza a este modo lento

de passarem por nós coisas amadas

sem as estarmos vendo

senão nos vultos de nenhuma estrada.

E até talvez digam mesmo

que já não amamos nada

nem as coisas que amamos e não vemos

nem as que vemos sem poder amá-las”.

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