Conforme publicamos ontem, um consórcio internacional de jornalistas, do qual participa o jornal espanhol “El País”, teve acesso a uma imensa massa de documentos que revelam segredos financeiros envolvendo líderes mundiais e políticos de diversos países, que mantêm altíssimas somas depositadas em “offshores”. Dessa relação, pelo que dela se divulgou até agora, constam dois brasileiros: o ministro da Economia e o presidente do Banco Central do Brasil, que, ao que parece, informaram à Receita Federal que mantinham dinheiro depositado em “offshores” no exterior, o que, contudo, não elimina o problema, senão que o agrava, na medida em que, por força de lei, agentes públicos que ocupam cargos de relevância na estrutura econômica do país não podem manter “offshores” no exterior em razão de um evidente conflito de interesses. Deve-se apurar, pois, o que fez a Receita Federal quando tomou conhecimento da existência dessas “offshores” depois que os referidos agentes públicos a comunicaram de que possuíam dinheiro depositado no exterior.

Emblemático, aliás,  como os jornais brasileiros noticiaram o gravíssimo fato, reduzido  a uma simples menção feita em quatro ou cinco linhas, sem qualquer destaque, bem diferente do que acontece com o jornal “El País”, que traz em sua capa e com grande realce a matéria, com o título: “Os negócios opacos de 35 líderes internacionais e 600 espanhóis”, identificando os políticos e celebridades (cantores, treinadores de futebol, etc…) que mantêm dinheiro em “offshores”, informando o “El País” que, diante da gravidade do fato, autoridades tribunais da Espanha já iniciaram investigações, o que se espera venha a ocorrer tão breve quanto possível também no Brasil.

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