BALZAC, em seu melhor livro “Ilusões Perdidas”, descarregou seu ódio contra os jornais e os jornalistas, expondo-lhes as idiossincrasias e os graves vícios, estes centrados  na parcialidade e na deformação do ângulo pelo qual o leitor deveria ver a realidade, retratada no jornal que toda manhã lhe chega à residência. Revelando  essa face da imprensa, BALZAC prenunciava que a causa do fim dos jornais estava exatamente naquilo que parecia ser a sua força, o de poder impor ao leitor uma falsa realidade retratada na notícia, como se verdade fosse.

Andando o tempo, as redes sociais mostraram o acerto da previsão de BALZAC, roubando aos jornais o espaço que lhes era reservado. Hoje, as pessoas informam-se primeiro pelas redes sociais, dando a estas uma credibilidade que aos jornais não mais reconhecem. Muitos leitores, aliás, olvidam de que ainda existam jornais.

Alguém pode argumentar que as redes sociais estão carregadas de “fake news”, e de fato não se pode negar  que por elas circula uma grande quantidade de notícias que não correspondem à verdade, ou que a manipulam.  Mas antes de compararmos com o número de notícias que, publicadas por jornais, também não correspondem a verdade, devemos definir o conceito de “fake news”. Definido esse conceito, talvez não seja grande a distância entre os jornais e as redes sociais no quesito de informações que não correspondam à verdade.

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