Não são apenas os vírus, como o “Covid-19”, que têm suas variantes. Os golpes políticos também as têm. Há o golpe militar, como também há o golpe que é engendrado e executado pelo Poder Legislativo, embora seja certo que nenhum golpe político vinga na prática se não tiver sido formada uma aliança mais ampla, envolvendo não apenas quem idealiza o golpe, mas também por aqueles que o defendem.

Está em curso no presente momento no Brasil uma nova variante de um golpe político. Trata-se de um projeto do presidente da Câmara Federal, que quer instituir o semipresidencialismo, com a instituição da figura do primeiro-ministro. Sobre não ser de nossa tradição política, cuida-se obviamente de um golpe, na medida em que tem por objetivo invalidar, na prática, o resultado das próximas eleições, sobretudo depois que as pesquisas revelaram seus números.

Essa variante de golpe político, ela própria é uma variante de outras tentativas malsucedidas. Primeiro, tentou-se uma terceira via, lançando-se a candidatura de um apresentador de televisão, candidatura que naufragou logo na origem, servindo apenas para aumentar o nosso anedotário político, com a história do “apresentador que não se apresentou”. Depois, outra variante, o questionamento da eficácia das urnas eletrônicas, tentativa também malfadada. Daí a nova variante: a do semipresidencialismo.

Como sucede quando se trata de enfrentar uma variante de uma doença com o uso de uma eficaz vacina, no campo da política também a temos: trata-se da figura do “Estado de Direito”.  Essa é a vacina que devemos aplicar contra ideias tão estapafúrdias como essa.

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