Seguramente, o Brasil não é um país para iniciantes – sobretudo na área da Ciência Política. Com efeito, temos um governo que pode ser considerado um governo militar, na medida em que são hoje noventa e dois cargos de chefia ocupados por militares. O presidente e o vice são militares. Mas os comandantes das Forças Armadas pedem demissão, exatamente por não quererem participar de um governo militar.
Talvez a expressão não seja a mais propícia, mas podemos dizer que estaríamos diante de um “governo militar inverso”, para denominar esse curioso fenômeno político, que se caracteriza em as Forças Armadas não quererem participar do governo militar. A Ciência Política seguramente quererá estudar esse interessante fenômeno, que, ao que parece, tem certa originalidade.