Vivemos, cada vez mais, envoltos em perigosas abstrações e generalizações, pois como advertia o romancista e filósofo russo, ALEXANDER IVANOVICH HERZEN (1812-1870), essas abstrações e generalizações são perigosas porque fazem perder de vista os seres humanos reais e os problemas concretos.
Notem o que sucede com as mortes causada pela pandemia no Brasil. Essa mortes transformaram-se em meros números que são publicados em jornais diários e que, em se transformando em notícias efêmeras, são esquecidas rapidamente, ou quando muito substituídas por outros números, publicados na edição seguinte dos jornais.
Essas mortes transformam-se a nossos olhos em abstrações e generalizações, o que nos impede de ver cada homem em sua dimensão própria e necessária.
Dizia HERZEN que todas as questões autênticas são necessariamente concretas, que só podem receber resposta em contextos também concretos. Enquanto não compreendermos a pandemia como um problema concreto, que causa a morte concreta de seres humanos, e não dermos a esse problema concreto uma solução concreta, não avançaremos um passo.
